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CIMPOR destaca soluções rumo à net zero no Dia do Betão

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Durante o evento, a CIMPOR apresentou novas soluções cimentícias com menor teor de clínquer, capazes de reduzir até 37% das emissões da indústria, e destacou investimentos em inovação com aplicação já em curso no Centro de Produção de Souselas.

A CIMPOR | Betão Liz participou na sexta edição do Dia do Betão, evento promovido pela APEB – Associação Portuguesa das Empresas de Betão Pronto, que decorreu hoje no Auditório do CNEMA, em Santarém. A iniciativa reuniu profissionais e especialistas da cadeia de valor do betão para discutir os principais desafios da indústria e partilhar soluções tecnológicas inovadoras para uma construção mais sustentável.

No painel dedicado à “Inovação em Cimentos”, Gonçalo Almeida, Diretor do Laboratório Central da CIMPOR, apresentou o tema “Novos Cimentos com Baixo Teor de Clínquer”, onde destacou o contributo da empresa para a descarbonização do setor da construção, através do desenvolvimento de cimentos de nova geração com menor pegada carbónica.

Atualmente, a produção de clínquer – o principal constituinte do cimento Portland – é responsável por uma parte significativa das emissões de CO₂ do setor, sendo a redução do seu teor uma das estratégias com maior potencial de mitigação. Segundo dados apresentados, a redução do fator clínquer/cimento para valores abaixo de 0,60 até 2050 poderá representar cerca de 37% da redução global cumulativa das emissões de CO₂ da indústria cimenteira, de acordo com o cenário 2DS da Agência Internacional de Energia (IEA).

Na sua intervenção, Gonçalo Almeida destacou a importância da incorporação de materiais cimentícios suplementares (SCM) – tais como escórias de alto-forno, cinzas volantes, pozolanas e, mais recentemente, argilas calcinadas –, que permitem substituir parte do clínquer sem comprometer o desempenho técnico do cimento. Um dos exemplos apresentados foi o CEM II/B-M (Q-L) 42,5R, que, mantendo o desempenho mecânico do tradicional CEM II/A-L 42,5R, permite potencialmente reduzir o fator clínquer/cimento de 0,80 para 0,65. “Estamos, também, a avaliar o potencial do CEM II/C-M (Q-L) 32,5N, que poderá alcançar um fator ainda mais baixo, na ordem dos 0,50, representando um avanço significativo em termos de sustentabilidade”, destacou.

No domínio da aplicação prática, foram partilhados resultados promissores de ensaios de betões com cimentos de baixo clínquer, com destaque para os que utilizam argilas calcinadas, calcário dolomítico e finos dos resíduos de construção reciclados. Estes betões apresentaram resistências adequadas à penetração de cloretos e à carbonatação, e foram validados através de dossiês técnicos na comissão de normalização dos cimentos. Segundo Gonçalo Almeida, “os resultados dos betões produzidos com estas novas formulações confirmam que é possível combinar sustentabilidade com desempenho, assegurando a durabilidade exigida pelo mercado.”

O representante da CIMPOR deu ainda nota dos investimentos da empresa no desenvolvimento de soluções industriais, nomeadamente a instalação de uma nova linha de calcinação de argilas no Centro de Produção de Souselas, com uma capacidade de 1500 toneladas por dia, que se junta a projetos semelhantes em curso na Costa do Marfim, Camarões e Gana.

A presença da CIMPOR no Dia do Betão 2025 evidencia o papel ativo da empresa na promoção de soluções técnicas que conciliam desempenho, inovação e sustentabilidade, que contribuem de forma concreta para a transformação do setor da construção em direção à net zero.